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domingo, 10 de abril de 2011

O fim da era Minczuk na OSB - II



A OSB fica no RJ e a OSESP em SP

Mas Minczuck criou confusão nas duas, vamos a um breve histórico



1996 - o maestro John Neschling era anunciado como regente titular e diretor artístico da Osesp, com o objetivo de reconstruir o grupo.

2001 - após desentendimentos com o maestro Minczuk, na época diretor artístico adjunto, oito músicos, entre eles representantes da orquestra, são demitidos por Neschling.

2004 - Roberto Minczuk é escolhido pelo governo para dirigir o Festival de Campos do Jordão. Começava, nos bastidores, o desentendimento entre ele e Neschling, fazendo com que Minczuk deixasse a orquestra um ano depois.


2005 - Minczuck entra na OSB.

2007 - Começam os desentendimentos entre o maestro John Neschling e o governo do Estado. O secretário de Cultura João Sayad diz à imprensa que considera alto o salário do regente. Durante o Festival de Campos do Jordão, Serra encontrava-se com Minczuk - nos bastidores, os boatos davam conta de que ele estudava a possibilidade de empossá-lo como novo diretor da Osesp.

Dezembro 2007 - Miczuck demite, durante o Natal, vários músicos.

2008 - "Músicos da OSB fazem concessão e aceitam tocar com Minczuk em São Paulo

Publicada em 24/10/2008

Eduardo Fradkin

O atual regente da OSB, Roberto Minczuk / Divulgação

RIO - Os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira, que desde terça-feira se recusam a tocar sob o comando de seu regente titular, Roberto Minczuk, fizeram uma concessão para um concerto neste sábado, dia 25, em São Paulo.

- Aceitamos fazer o concerto com o Minczuk mesmo. Vai dar menos dor de cabeça do que arrumar um outro maestro em cima da hora. Mas deixaremos claro para a administração que será o último concerto dele. Não há mais o menor clima pra ele continuar - assegurou um músico que pediu para ficar anônimo.

Na quinta-feira, o presidente da Fundação OSB (órgão que administra a orquestra), Eleazar de Carvalho Filho, se reuniu com os músicos na Sala Cecília Meireles e fez um apelo para que eles aceitassem ser regidos por Minczuk no concerto agendado para sábado, com participação do violonista Yamandu Costa. O regente também participou do encontro.

- Eleazar disse que o nome de Minczuk traz dinheiro para a OSB e que a presença dele no concerto de São Paulo é importantíssima. A OSB tem procurado e conseguido novos patrocinadores em âmbito nacional, por isso a penetração no mercado paulista, onde estão as sedes de muitas grandes empresas, é de grande importância. Há muita preocupação em torno deste concerto - relatou uma fonte ligada à orquestra que não quis se identificar.

Caso os músicos tivessem recusado a proposta, o regente assistente da OSB Marcos Arakaki poderia dirigir a orquestra em São Paulo. Quando a crise eclodiu na terça-feira, dia em que um ensaio com Minczuk foi cancelado pelos músicos rebelados, Arakaki foi convocado às pressas para vir ao Rio. Ele estava na Paraíba, onde é regente titular da orquestra sinfônica que leva o nome daquele estado.

Na quarta-feira, como ele ainda não havia chegado à cidade, o ensaio da orquestra foi comandado pelo spalla Michel Bessler. O de quinta-feira não chegou a acontecer. No lugar do ensaio, houve a reunião com Eleazar, feita em sigilo.

A revolta teve início na segunda-feira, quando, depois de um ensaio com Minczuk, os músicos se reuniram em assembléia para discutir uma proposta de acordo coletivo, na qual constavam itens como aumento da carga de ensaios e cobrança de exclusividade. Isso significa que a parcela de músicos que também atua em outras orquestras, sobretudo a Petrobras Sinfônica e a Sinfônica do Teatro Municipal, teria que abdicar delas em favor da OSB. Em troca, haveria um aumento salarial de R$ 2 mil. A Sinfônica Brasileira tem 17 músicos compartilhados com a Petrobras Sinfônica e um com a Sinfônica do Municipal Outros temas - como boatos de uma nova lista de demissões, à semelhança do que ocorreu no Natal de 2007, e a possível exigência de que todos os músicos façam teste para continuarem na orquestra - vieram à tona.

Alguns músicos reclamaram de serem tratados com grosseria pelo maestro e outros, de que ele delegava muitos ensaios ao seu assistente. Tudo isso culminou numa enquete com voto secreto em que 60 dos 62 músicos presentes na assembléia votaram pelo pedido de demissão do regente paulista, que é titular da OSB e seu diretor artístico desde 2005.

O presidente da comissão de músicos, Ubiratã Rodrigues, afirmou, na quarta-feira, que seria enviado naquele mesmo dia um documento oficial pedindo a demissão de Minczuk ao conselho curador da Fundação OSB. A comissão de músicos que representa o corpo orquestral tem o direito estatutário de solicitar ao conselho curador da Fundação OSB a demissão do diretor artístico.

- O que decidimos naquela assembléia é que nunca mais tocaremos com Minczuk. Mas não queremos fazer uma greve. Aceitamos tocar com qualquer outro, menos ele - disse um músico.

Mesmo que se resolva o impasse do concerto deste sábado, tudo indica que os problemas ainda estarão longe de terminar. Neste fim de ano, a OSB tem acertados concertos fora do Rio, num contrato com a patrocinadora Vale do Rio Doce, e na Cidade da Música, a pedido da prefeitura, que também financia a orquestra"

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/10/24/musicos_da_osb_fazem_concessao_aceitam_tocar_com_minczuk_em_sao_paulo-586097451.asp

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